sábado, 30 de julho de 2011

Abaixo o Fundo Português de Carbono

Já aqui nos referimos no passado ao Fundo Português de Carbono. Um sumidoiro de dinheiros públicos, que interessa terminar tão rapidamente quanto possível! Para que fiquem com uma ideia dos buracos que se criam com este Fundo, analisemos uma das suas medidas mais emblemáticas: MAe3 – Melhoria da eficiência energética ao nível da procura de electricidade

Segundo o link anterior, foram oferecidas ou subsidiadas, em 2008 1725278 lâmpadas de baixo consumo, e 2062203 lâmpadas em 2009. O estoiro de dinheiros público continuou em 2010, conforme se pode ver nos detalhes desta notícia da EDP. Segundo a Resolução do Conselho de Ministros n.º 1/2008, só o Programa de Eficiência Energética lançado pela ERSE terá tido um orçamento de 10 milhões de euros/ano.

Acresce a isso a introdução de taxas e taxinhas, de que são exemplos o Decreto-Lei 108/2007, Portaria 54/2008 e a
Portaria 63/2008. A quantia exacta de dinheiro que foi extorquida aos Portugueses por esta via não a encontrei.

A parte curiosa desta medida é que ela tinha um objectivo: reduzir em 2010, 1020 GWh no consumo de electricidade. O grande problema é que nunca como em 2010 se consumiu tanta electricidade em Portugal!!!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Subidas nos transportes públicos

Os transportes públicos são das bandeiras favoritas dos ecologistas. A subida prevista de 15% para o próximo mês obviamente deixou as mais acérrimas melancias desorientadas, embora com algumas notáveis excepções.

Um dos principais problemas associado a estas subidas está nos níveis salariais das nossas empresas públicas. Neste post abordarei o caso do Metropolitano de Lisboa, por ser o mais flagrante (na minha opinião), mas coisas semelhantes passam-se nomeadamente na CP. Comecemos pela quantidade de funcionários do Metro. Neste documento do Tribunal de Contas, não há dúvidas de como estamos mal:

Em 2007, a Empresa integrava, em média, 2.879 efectivos, dos quais 1.685 eram colaboradores activos e 1.194 inactivos com os quais o Metropolitano assumiu responsabilidades.

E como ganham esses funcionários? Neste artigo do Correio da Manhã de 2006, não há que enganar:

O nível salarial do Metropolitano de Lisboa é o segundo mais elevado da Europa. Só os funcionários do sistema subterrâneo de comboios de Viena de Áustria ganham mais do que os trabalhadores do Metro da capital portuguesa.

Somos um país rico, pois claro! Mas quanto é que eles ganham mesmo? Esse é praticamente um buraco negro, mas é possível lá chegar. No último Relatório e Contas de 2009, podemos chegar a algumas conclusões. Em 31 de Dezembro de 2009 (tabela página 51), a quantidade de colaboradores activos era de 1636, mas os inactivos tinham subido para 1345. Mais à frente, na página 64, podemos ver que os custos com pessoal foram de quase 85 milhões de euros! Se contarmos activos e inactivos, cada colaborador custa 28500 euros/ano, de média, pois claro!

Se formos buscar os extremos, estamos bem aviados! Aqui, podemos ver que em 2009 um técnico superior auferiu 114 mil euros. Neste link, a informação é mais ou menos coerente, indicando que o maquinista mais bem pago do Metro aufere um salário de 7351 euros/mês. E que a média é de 3883 euros/mês!!! Para quem só precisa de ter o 9º ano, e conduzir 3 horas por dia, convenhamos que não é mesmo nada mau...

Mas como é possível chegar a estes valores, se os ordenados publicados até nem são tão elevados? Fiquem a conhecer os subsidiozinhos... Mais uma vez o Tribunal de Contas:

O Metropolitano de Lisboa despendeu, em 2007, cerca de 8,8 milhões de euros em subsídios específicos, previstos nos Acordos de Empresa, não existindo evidência de que todos tenham contribuído para estimular a produtividade.
Ademais, no mesmo ano, foram expendidos 1,3 milhões de euros com a atribuição de prémios, dos quais 900 mil euros, associados a dois Prémios de Assiduidade, os quais mais se consubstanciavam numa componente fixa da remuneração auferida do que a um prémio.

Vejam o detalhe na seguinte tabela:



Mas que subsídios são estes? Comecemos pelo primeiro, o Subsídio de Agente Único. Segundo o Tribunal de Contas:

De acordo com as alegações prestadas pelo Presidente do CG do Metropolitano de Lisboa, o presente subsídio teve a sua origem em 1995 em consequência da redução da tripulação dos comboios a apenas um agente, implicando, assim, a extinção da categoria funcional do Factor. Desta forma, a Empresa pretendeu com a criação daquele subsídio, abonar os Maquinistas por assumirem na íntegra as funções antes atribuídas ao Factor.

Mas que raio era o Factor? Segundo o artigo do Correio da Manhã acima, era o responsável pela abertura e fecho das portas. Ou seja, os maquinistas, por abrirem e fecharem as portas, receberam mais 1.2 milhões de euros em 2007... Os outros subsídios seguem exactamente a mesma lógica, de fazer corar qualquer português, sobretudo aqueles que ganham uma miséria...

E perante esta fartazana, seria de esperar que eles seriam colaboradores aplicados. O Zé Povinho sabe que não, mas o Tribunal de Contas confirma:

É de sublinhar que não existe evidência de que todos estes benefícios atribuídos tenham surtido quaisquer impactos ao nível da diminuição da Taxa de Absentismo, a qual rondava, em 2007, os 8%, mostrando alguma rigidez face às taxas observadas entre 2003 e 2006. O Metropolitano depara-se com consideráveis taxas de absentismo, nomeadamente do pessoal afecto às estações (agentes de tráfego e operadores de linha), as quais apresentavam maior agravamento nas linhas azul e amarela, 12,66% e 15,45%, respectivamente e, ainda, ao nível da operação (maquinistas) que intervalaram, naquele ano, entre os 6,52% e os 9,37%.

Aquela ideia de que são as administrações das empresas a causar estes prejuízos é apenas a ponta do icebergue. Mas não são esses os únicos portugueses de primeira, de que os jornais tanto gostam de falar...

terça-feira, 26 de julho de 2011

Nível do mar desde a Idade Média

Como os leitores habituais bem sabem, sou um grande adepto da História. Nest post referencio um artigo de Helena Maria Granja, intitulado Reconstituição Paleoambiental da Zona Costeira, a Norte da Laguna de Aveiro, desde a Idade Média até à Actualidade. Como o título sugere, são referenciados aspectos importantes da costa da zona norte de Portugal, incluindo os avanços e recuos da costa, ao longo dos últimos séculos. Escrito há pouco menos de 10 anos, o artigo ainda não enferma da pseudo-ciência do Aquecimento Global. Leiam para perceber como há indícios de que o nível do mar estava mais elevado há umas centenas de anos:

Na costa portuguesa, a partir do século XI as salinas proliferam, atingindo o auge no século XII (Almeida, 1979), o que corresponde ao período anterior ao do suposto agravamento das condições climatéricas (a seguir a 1300 dá-se um arrefecimento abrupto, ao qual corresponde um período de fome na Europa; os séculos XIV-XV terão sido de muita humidade, com propagação de inúmeras doenças, Lamb, 1995). De facto, sobre os depósitos lagunares anteriormente referidos, sobrepõem-se outros que indicam a existência de ambientes de praia, o que implicaria uma pequena subida do nível do mar. As salinas de xisto, da zona entre os rios Neiva e Cávado, assentam num leito de areia grossa à mistura com seixos miúdos (S. Bartolomeu-Belinho), estando cobertas por uma duna de razoáveis proporções (Almeida, 1979). A base destas salinas (Foz do Neiva, Belinho e S. Bartolomeu do Mar) está a uma cota de cerca de 3.0m em relação ao nível médio das águas do mar, o que poderia implicar uma posição deste acima do actual, apesar daquele autor admitir a condução da água do mar através de um canal de 50m de comprimento, embora não o tenha encontrado.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

The Cloud Mystery

No post da passada sexta-feira referi-me ao documentário "The Cloud Mystery". Um leitor escreveu-me referenciando quanto havia ficado fascinado com tal documentário. E que eu lhe deveria dar mais destaque, porque poderá passar despercebido a outros leitores do blog. E tem razão! Por isso, este post é dedicado directamente ao documentário, que retrata o esforço de Henrik Svensmark, contra todas as adversidades, em analisar do ponto de vista científico, a correlacção significativa entre a evolução das temperaturas no nosso planeta, e a quantidade de raios cósmicos com que somos bombardeados todos os dias...

sábado, 23 de julho de 2011

Cristo, tende piedade deles

Um leitor enviou-me esta referência do alarmista Público, onde fui ver o que se passava. O artigo versava sobre a opinião da ONU, que considera o clima uma ameaça à paz mundial. Mais nonsense da silly season pensei eu; mas deu-me para fixar a imagem que acompanha a notícia, vista doutro ângulo neste post, e ficar a pensar onde já a tinha visto...

Na verdade percebe-se logo que alguém tenta assustar com a subida dos mares. Mas, nos meus conhecimentos de Geografia, reconheci que havia um problema com Taj Mahal. Mentalmente, reconhecia que o monumento fica no centro da Índia, e depois de visitar a página do Wikipedia, confirmei tal facto. Fica a cerca de 800 Km do oceano mais perto. E está a 171 metros de altitude, muito acima de qualquer possibilidade de ser inundada, dado que o degelo de TODO o gelo do Mundo levaria a uma subida máxima inferior a 70 metros!

Fui à procura dos prevaricadores e rapidamente verifiquei que a graça foi da Greenpeace, na passada conferência do clima, em Cancún. Os estúpidos, porque não têm outro nome, juntaram mais uns monumentos, incluindo o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Os pés do Cristo estão a 709 metros de altitude, pelo que o nível do mar teria que subir aí uns 730 metros para ficar ao nível da figura. Uma ordem de magnitude superior ao máximo possível!

É triste ver pessoas e jornalistas, que não fazem a menor ideia das coisas, a dar voz a este alarmismo estúpido. Algo a que a Helena Geraldes e o Público já muito nos habituaram. Mas temos apenas que ter pena deles; afinal, a estupidez não tem limites!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

A voz do cepticismo

Christine Rice é uma meio-soprano, mas uma física de formação. Via Biased BBC, descobrimos que ela foi entrevistada na BBC Radio 4. Num momento da entrevista, averigua-se sobre o seu passado no âmbito do Aquecimento Global, mas com uma resposta destas, qualquer alarmista da BBC fugia do tema, como o Diabo foge da cruz:

I was amazed really by the inadequacy of what we had, because we're talking about climate change which is over tens of thousands of years as opposed to the twenty years of data that we had. So in a way we were putting out a lot of ideas and not really having concrete scientific research to support it, and I suppose at that point I did lose a little bit of my spark, thinking well I could propose an idea and I could probably draft a thesis that would support it and yet I wouldn't really convince myself necessarily.

Christine Rice on Woman"s Hour (mp3)

É engraçado verificar que estas opiniões dela nem são uma novidade! Numa entrevista à Physics World de Janeiro de 2009, já ela afirmara:

I started a DPhil in the atmospheric physics department at Oxford because I had some idealistic notion of contributing to the world’s knowledge of global warming and its potential dangers. I was rather dismayed to discover how fervently scientists on both sides of the climate-change argument could argue their particular thesis and manipulate the data to prove their conclusions. It seemed a little like religious faith — if you believed a thing to be true, then it could be — and I got the distinct impression that I was about to embark on the same process. Once I got stuck into being at the computer every day, I knew this was not the right place for me.

São afirmações corajosas, mas interessantes numa semana em que se vem a saber que o CERN colocou uma rolha na boca dos seus cientistas, justamente no domínio da investigação que Rice perseguia. Aproveito também para referenciar um vídeo, The Cloud Mystery, enviada por uma leitora atenta, e que aborda igualmente o tema, seguindo o trabalho de Henrik Svensmark. Aos raios cósmicos já nos havíamos referido anteriormente, mais que uma vez... As peças começam a encaixar! A ideia de que existe um consenso científico nesta matéria do Aquecimento Global, definitivamente desapareceu...

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Two hours later in Rio

The second Portuguese spoken site where Al Gore will present Climate Reality is Rio de Janeiro, two hours after Cape Verde. Rio de Janeiro, the marvelous city, is known for many reasons. Environmentalists know it for the Earth Summit in 1992. Corcovado, with Christ the Redeemer on its top, samba, the beautiful beaches and Brazilian women, is what the rest of us associate first with Rio.

Al Gore also mentions the 50 kilometers of beaches. When he says that, it's implicit that the beaches will be gone with Global Warming. Al Gore should be aware though that the beaches that surround Rio de Janeiro have a history. Copacabana, probably the best known beach in the world, was one of many artificially filled. In the sixties, LNEC was chosen for its enlargement. In the first figure below, you can see how it looked before the intervention. The second picture shows the beach after the intervention. Please notice that not only the beach is bigger, but also the large avenue was introduced. Unlike today, where computer models typically fail, the intervention was done in those days by physical models, with the third picture below depicting the Copacabana model used by LNEC.



Al Gore also claims that Rio de Janeiro experiences extreme flooding and landslides roughly every 20 years. But this is not true. It really occurs every year; indeed, in this Watts Up With That post, earlier this year, Alexandre Aguiar from METSUL, goes back until 1756, and documents a lot of those tragedies. While earlier this year precipitation measured 300 millimeters (12 inches) of rain in just 24 hours, in 1883, on April 26th, 223 millimeters (9 inches) fell in just four hours! Was there Global Warming back then, Mr. Gore? As Aguiar clearly states, it's not Global Warming nor Climate Change the responsible for these annual tragedies; it's human occupation of the land and ridiculous urban planning.

There is expectation that the Gore effect might kick in Rio de Janeiro as well! The rains are not typical of September. The Winter is finishing there, and this has been a very cold season in South America. Evidence is everywhere:
Now, it is more probable that Rio de Janeiro authorities resort to their secret weapon. The Cacique Cobra Coral Foundation claims to control the weather... Its power, and that of hers leader, medium Adelaide Scritori, is so great that last year, the arrangement between said Foundation and the Municipality of Rio terminated at the end of February. One week later, a storm caused six deaths, and the Mayor Eduardo Paes quickly arranged for an extension of the arrangement... So Mr. Gore, if I were you, I would arrange for Scritori's services. You might even control Earth's climate with her, but beware: she only apparently arranges for good weather!

terça-feira, 19 de julho de 2011

More hiding the decline

The University of Colorado has done it again! Despite the fact that sea level has been going down for the last year, they are saying that sea level rise rate is going up! You can see it with your own eyes in the graphics below.

In the first graph below, generated last May, it shows sea level going up 3.1 mm/year. I debunked that at the time, because the University of Colorado introduced an artificial correction of 0.3 mm/year. The second graph was produced today, and they have applied more corrections! Please notice that all the newly introduced points are below the trendline, so it should be diminishing... But no! It went up from 3.1 mm/year, to 3.2 mm/year! They acknowledge this, but give a reason for the correction:

Although the latest Jason-2 GMSL estimates (cycles 95-102) are well below the trend line, most likely due to the recent La Nina (we plan to add a sea level/ENSO comparison page shortly), the rate increased slightly from 3.1 to 3.2 mm/yr due to the improvements to the TOPEX SSB model and replacement of the classical IB correction with the improved DAC correction, as noted above.

So, once again it's about the models, and not the real data! To figure out this nasty science, I've graphed the difference between the two first graphs, on the third graph. Clearly, all data points are pushed up. Till 2002, big differences appear, that get below 10mm between 2002 and 2005, and that are even bigger after 2005. The black line, which is a linear regression trend for all the data points, clearly shows that the correction introduces a rising trend! The sea level rate measured by satellite should now be somewhere near 2.8 mm/year, and that is still clearly above what is being measured by tide gauge stations. One more example of hiding the decline!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Debunking Al Gore in Cape Verde

Al Gore has launched The Climate Reality Project. Besides English, Portuguese will be the only language spoken in more than one of the 24 locations worldwide. So Ecotretas is pleased in helping debunk this Al Gore project!

Al Gore jokes with Cape Verde's name (verde means green in Portuguese), stating that it is sandy and dry, with very little anual rainfall. His mind might probably be in Greenland, which was really green in the past. The truth is that Cape Verde's name is derived from Cap-Vert, a peninsula in Senegal, the westernmost point of the continent of Africa, 350 miles to the east of Cape Verde islands.

Al Gore should have checked the facts first. In the past, we will start with Charles Darwin's The Voyage of the Beagle. The initial part of the first chapter is dedicated to Cape Verde. When Darwin got there, these were his first impressions:

On the 16th of January, 1832, we anchored at Porto Praya, in St. Jago, the chief island of the Cape de Verd archipelago.
The neighbourhood of Porto Praya, viewed from the sea, wears a desolate aspect. The volcanic fires of a past age, and the scorching heat of a tropical sun, have in most places rendered the soil unfit for vegetation.

Next, Darwin gives an idea of what the climate was almost two hundred years ago:

The island would generally be considered as very uninteresting, but to anyone accustomed only to an English landscape, the novel aspect of an utterly sterile land possesses a grandeur
which more vegetation might spoil. A single green leaf can scarcely be discovered over wide tracts of the lava plains; yet flocks of goats, together with a few cows, contrive to exist. It rains very seldom, but during a short portion of the year heavy torrents fall, and immediately afterwards a light vegetation springs out of every crevice. This soon withers; and upon such naturally formed hay the animals live. It had not now rained for an entire year.

You get an idea of what climate change is, two hundred years later, in Gore's own words:

When you only get a few days of rain a year, like some of the islands in Cape Verde, any change in climate is a big deal. Cape Verde is expected to get warmer and drier, worsening existing water shortages.

Droughts are a well known fatality in Cape Verde, and over a 100000 people starved to death in the 18th and 19th centuries, long before CO2 started rising. Gore is also afraid that this tiny nation is vulnerable to flooding from storms and sea level rise. He should check out the facts relating to the Cape Verde hotspot uplift history.

Sea level rise will have little impact in Cape Verde. The volcanic islands are small and mountainous. Bigger risk areas include the lower parts of Mindelo, Praia, and other smaller places, like Baía das Gatas. But it would take several meters of sea rise to have any visible impact, and what we're seeing lately is sea level rise rate dropping.

Precipitation was very high in 2009, with flooding. Last year, precipitation was also high. The weather forecasts for West Africa this year indicate the likelihood of plentiful rains in Cape Verde. Given the track record for other recent years (2007) (2008) (2009) (2010), the "Gore effect" might just kick in right on time, September 14th!

Flash floods are typically a problem when it rains a lot. But Climate Change is not related; instead, human occupation of the ground is to blame, as can be seen in the photos in this portuguese paper, where dry rivers have been leveled as soccer fields! But the problem has been minimized in several locations, notably in Santa Cruz, with the Poilão dam, which became full in September 2009, in a month with much precipitation. The success of Poilão was the beginning of the construction of several other dams in Cape Verde (1) (2). Cape Verde will finally start turning green!

domingo, 17 de julho de 2011

Previsões da treta para o rio Colorado

Os alarmistas estão a sofrer com as consequências das suas previsões! As ameaças das secas têm sido uma constante, incluindo obviamente em Portugal. Mas por cá já se provou que estas previsões são tão válidas como eu dizer que vai chover num qualquer dia de Verão. Posso acertar, mas o mais certo é enganar-me!

Nos Estados Unidos, o cenário é obviamente semelhante. Em Janeiro de 2008, Barnett e Pierce, do Scripps Institution of Oceanography, publicaram um artigo intitulado "When will Lake Mead go dry?". Lake Mead é o maior reservatório artificial dos Estados Unidos, e conjuntamente com Lake Powell, são os dois maiores lagos artificais dos Estados Unidos. No artigo, prognostica-se que a capacidade útil dos dois lagos desapareça em 2013 (10% de probabilidade) ou 2021 (50% de probabilidade)...

O problema é que eles só contavam com o Aquecimento Global... O que os modelos não previram foi a quantidade recorde de neve que caiu este ano nas Montanhas Rochosas. Segundo o NCDC, no estado de Washington, as temperaturas do segundo trimestre foram as mais baixas dos últimos 117 anos, enquanto no Oregon, idem, idem, aspas, aspas.

O resultado: o nível de Lake Powell já subiu cerca de 14 metros este ano, enquanto em Lake Mead a subida é menor, por estar a jusante no rio Colorado, mas igualmente muito significativa. E a subida continua imparável, prevendo-se o nível mais elevado da última década, em função da quantidade de neve que falta derreter.

Por isso, as previsões da treta são agora uma miragem. As imagens de cientistas da treta estão agora debaixo de água! O que os alarmistas não reconhecem é que as suas previsões tem falhado repetidamente!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Ar Cool

A notícia ecológica do dia é que a gravata foi banida do Ministério de Assunção Cristas. Como é habitual, ninguém é capaz de contabilizar quanto se poupa... É só paleio! Obviamente, as melancias já vieram apoiar a demagogia...

Em vez de cortar em coisas a sério, esta medida soa-me a pentelhice. Mas o que esperar de quem manifestamente não estava preparada para isto? E infelizmente a conversa do carbono prevalece sobre outras necessidades mais básicas...

Mas se a Cristas quisesse realmente poupar, poderia pôr o termostato a 28ºC. E iam todos em calção ou de tanga, e elas de mini-saia ou em biquini, todos com chinelos. No Inverno, sim porque no Inverno não se poupa no ar condicionado, a medida deve ser a re-introdução das gravatas, mas com sobretudo e ceroulas. Talvez uns cobertores... Aí corta-se pura e simplesmente no Aquecimento!

Uma ministra que tem tempo a perder a fazer estas conferências de imprensa, não faz obviamente a menor ideia das tarefas realmente importantes que deveria estar a fazer! Melhor decisão era mandar os funcionários trabalhar para o campo, pois se havia um funcionário do Ministério da Agricultura por cada 4 agricultores em 2005, agora só pode ser pior! Mas havia uma solução melhor, mas não haverá tomates para uma solução dessas.

Enfim, o negócio das gravatas ainda não está em perigo... Espero pelas contas da poupança para me rir à fartazana. Com um Verão fresco como este, já estou a ver as toneladas de carbono poupadas. Espero que façam as contas como deve ser, até porque, como se sabe, o rendimento intelectual e a produtividade são máximos entre os 20ºC e 22ºC, piorando com o aumento da temperatura. Como qualquer bom alentejano sabe!

Actualização: Um leitor mandou-me um apontador para outra imagem adequada... O gozo já começou (via HenriCartoon):

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Doggerland

Judith Curry colocou no seu blog, o primeiro de uma série de três artigos de Tony Brown. Nele se abordam as variações históricas do nível do mar, desde o Holoceno até ao tempo dos Romanos. Seguir-se-ão os períodos até ao período quente medieval, e na terceira parte, de 1700 até ao presente.

O artigo documenta muito dos aspectos que temos abordado aqui no passado, relativamente à subida dos mares. Mas têm referências para mim desconhecidas, como a de Doggerland. Apesar de saber que dantes o Reino Unido estava ligado ao Continente, desconhecia que tivesse um aspecto de cão! O artigo tem ainda referências muito interessantes a St_Michael's Mount e ao castelo de Tintagel.

Não deixem de ler na íntegra, pois é fascinante perceber como o alarmismo actual da subida dos mares é uma ninharia em termos históricos. Quando sairem os restantes dois artigos, aqui darei deles conta.

Actualização: Apesar da parecença, precipitei-me ao atribuir o nome Doggerland à face de um cão. Aparentemente deriva do holandês Doggersbank, que por sua vez deriva de "dogger", uma antiga palavra holandesa para um barco de pesca, tipicamente ao bacalhau.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Realclimate censorship

Realclimate.org is notoriously known for censoring comments. Examples are everywhere on the Internet, and in a couple of minutes you get a handful of them: (1) (2) (3) (4) (5). I knew this when I went there today, for the "Is Sea-Level Rise Accelerating?" post.

I bet they know that the sea level rise rate is going down, and fast. But that's not what you get when you read the article. And they don't want their readers to know. So I kept the printscreen, because I was pretty certain I would be censored. I was. But as can be seen below, the message is of no harm, except for the Global Warming religious priests, and one more clear example of "hiding the decline":



Now, what is more surprising is that you can track the amount of comment rejection at RC. My comment has id 210412; when I did this post, these were the ids available in the top right, in the Recent Comments section:
  • 210407
  • 210411
  • 210414
  • 210415
  • 210417
  • 210418
  • 210421
  • 210422
  • 210423
  • 210424
I was not alone in the rejection! Almost half of the comments are censored! But hey, I did manage to get to the bore hole, where not all of the censored comments are allowed to go!

Conferência da treta

Foi anunciado em vários locais, incluindo no alarmista Público, como não podia deixar de ser. A Global Conference on Global Warming, a decorrer na Gulbenkian, vai na sua terceira edição, e é uma forma óbvia de nos certificarmos da decadência desta ciência da treta. É que podia ser sobre as Alterações Climáticas, ou um dos termos mais recentes, mas não! Continua a ser o Aquecimento Global, quando ele foi para parte incerta...

Do programa da Conferência, o meu barómetro da treta, elegeu as seguntes apresentações:
  • How to effectively protect the Earth from global warming by means of advanced Sunlight Shield Equipment
  • Heavy Metal Resistant Anaerobic Bacterial Strains from Brewery Wastewater
  • Measurement of fugitive emissions during harbor operations
  • Study of a desert dust event over the South-Western Iberian Peninsula in summer 2010
  • Operational and environmental costs of a certain ship due to the possible energy losses
  • Thermal applications of biomass in hospitals
  • Deep geological conditions and constrains for CO2 storage in Setúbal Peninsula, Portugal
  • Doing a jigsaw with pieces missing – the data challenges of performing climate change vulnerability assessments

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Onde está o subsidiozinho?

Três leitores fizeram-me hoje chegar a notícia do Jornal de Negócios, de que os compradores dos carros eléctricos continuam sem receber incentivo, que o vendedor da banha da cobra lhes prometeu... Nada que me admire! Aliás, só há que reconhecer que os tótós que compraram uns veículos, que (quase) toda a gente sabe que não irão a lado nenhum, devem estar a apreender a nunca mais confiar em charlatães. Ou a reconhecer que não há almoços grátis, quanto mais carros que podiam servir para poupar... Não tenho nenhuma pena deles; afinal quem paga o dobro ou o triplo dum carro equivalente, é porque tem dinheiro para estoirar!

Deixo aqui um desafio aos jornalistas deste país: voltem a entrevistar o Canova e o Rapagão. Talvez tenham novas barbaridades a dizer...

Entretanto, também este fim de semana se voltou a descobrir em Portugal o Fiat 500. Com um motor de dois cilindros, é de certeza mais ecológico do que os eléctricos, e pelo menos é possível ir nele até ao Algarve, embora sem muita bagagem. E até consegue passar no teste do Top Gear, ao contrário de outros! E é muito mais baratinho que os eléctricos. Talvez o Canova e o Rapagão aproveitem para trocar de carro...

domingo, 10 de julho de 2011

Questionários Verdes

Muitas vezes, nós cidadãos, queixamo-nos das decisões dos políticos. De que não ouvem os cidadãos, etc. Na área da Religião Verde, os políticos estão cheios de ouvir as melancias, mas como têm que tomar decisões, acabam por fundamentar-se nas posições deles, porque são quase sempre as únicas.

Tudo isto porque existem mecanismos de consulta, e hoje vou falar daqueles que a Comissão Europeia efectua na área do Ambiente. São dirigidos a vários grupos da Sociedade, e nós como cidadãos também devemos participar. Para evitar que os políticos ouçam apenas os outros. Alguns estão-nos todavia barrados, como este exemplo relativo à iluminação interior.

Mas há um outra consulta que agora está a acabar, e que diz respeito aos sacos plásticos. É verdade que eles causam problemas, mas também é verdade que são uma obsessão para as melancias. Mas quando lhes dão dinheiro, eles até estão calados!

Para mim, os sacos das compras são reciclados como sacos do lixo. Se não tivesse esses saquinhos das compras, teria que comprar outros sacos de plástico para enfiar o lixo! O que há a fazer é definitivamente prosseguir na investigação do plástico biodegradável, produzido sem ser através do petróleo. Mas mesmo assim as melancias não gostarão, porque quando um plástico biodegradável se degrada, o resultado é dióxido de carbono... Mas deêm a vossa opinião; isso é que interessa!

sábado, 9 de julho de 2011

Chover ao fim de semana

Quando ao fim de semana chove, é típico lamentarmo-nos do sucedido. Especialmente no Verão. Ana Monteiro, Professora Catedrática da Universidade do Porto, elaborou em 2001, um artigo intitulado "O impacte da poluição atmosférica na precipitação ao fim de semana - um estudo de caso no Porto (1978-1998)". Nele se chega à conclusão interessante de que durante 20 anos, o número de fins de semana em que choveu, pelo menos num dos dias, foi de 54% (589 em 1096 fins de semana)!

Pessoalmente, tenho algumas dúvidas dos resultados do estudo. Interessante teria sido a comparação com algum local próximo, não tão urbanizado. Interessante seria também tentar perceber porque chove menos à quarta-feira e Domingo, conforme a imagem acima, que determina a frequência de ocorrência de precipitação no Porto em cada um dos dias da semana do período 1978-98.

Da observação das referências do estudo, verifiquei ainda outras publicações particularmente interessantes. Nesta, Daniel Rosenfeld observa que a poluição do ar, em ambientes urbanos e industriais, suprimem a ocorrência de chuva e neve. E neste artigo, Junkermann et al. abordam como diferentes utilizações da terra podem suprimir a precipitação.

Mas o que interessa é que depois de ter este post preparado há muitas semanas, só neste fim-de-semana é que a chuva voltou ao Porto! Para aqueles lados, muitos estarão a pensar onde pára o Aquecimento Global? O que lhes vale, é que segundo as estatísticas de Ana Monteiro, é muito menos provável que amanhã chova...

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Lata de sardinhas

Como estamos no meio da silly-season, este vídeo que descobri parece-me apropriado para a época.... Mostra o que pode acontecer quando as torres eólicas andam por aí a passear! Neste caso, ocorrido em Ponta Grossa, estado do Paraná, no Brasil, um automóvel virou lata de sardinhas. Felizmente, ninguém se aleijou...

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Lâmpadas incendiárias

A Science & Public Policy Institute elaborou um documento interessante onde se revela que as lâmpadas economizadoras têm mais uma verdade inconveniente: são potencialmente explosivas! Para uma referência mais rápida, de seguida se enumeram alguns exemplos, com o último a ter resultado mesmo na morte de uma pessoa:

www.eveningtribune.com/newsnow/x1882979636/Compact-fluorescent-light-bulb-to-blame-for-Hornell-fire
Those are the lights everybody’s been telling us to use. It blew up like a bomb. It spattered all over.

www.nbcactionnews.com/dpp/money/consumer/dont_waste_your_money/cfl-light-bulb-risks
Tom and Nancy Heim were watching TV recently, when Tom decided to turn on the floor lamp next to his recliner chair.
"I heard this loud pop...I saw what I thought was smoke, coming out o the top of the floor lamp," says Tom.
Nancy suddenly found glass in her lap. She says, "I did not see it. I just heard it, and I noticed i had glass on me."

www.newschannel5.com/story/14089367/disposal-of-cfl-light-bulbs-not-environmentally-friendly
That report by the Gallatin Fire Department cites such a faulty bulb, located on the back porch, outdoors, at the rehabilitative facility on Hartsville Pike as the likely cause of the mid-afternoon fire that took the life of Douglas Johnson, 45, a survivor of a traumatic brain injury, and residential client of that rehabilitative site, owned and operated by 21st Century Living Services.

Como se isto fosse pouco, os consumidores sentem-se enganados e furiosos com as lâmpadas... Vasta ver apenas este exemplo. Fiquem com um vídeo que mostra o que pode acontecer, neste caso provocado:

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Androide avariado

A entrevista abaixo é mais uma prova clara de quão broncos são os ecologistas. Ed Miliband foi Secretário de Estado da Energia e Alterações Climáticas, no Governo de Gordon Brown. Da notícia dei oportunamente conta... Poucos dias depois de tomar posse, anunciou que o Reino Unido cortaria as emissões de gases com efeito de estufa em 80%, até meados do século. As posições seguintes foram de rebolar pelo chão a rir... Pensava-se que tinha depois saído torrado da cimeira de Copenhaga, mas não...

Entretanto, Ed Miliband foi eleito para líder do partido trabalhista britânico... As qualidades deste androide avariado ficam por demais evidentes no vídeo abaixo. Depois de o verem, e se tiverem dúvidas quanto à sua originalidade, vejam o que sofreu o desgraçado do entrevistador, Damon Green...

terça-feira, 5 de julho de 2011

Deitar neve na fervura

Vivem-se tempos difíceis na hoste dos alarmistas... As tretas são tantas, que estou inundado em mensagens que me chegam dos meus leitores. Mas em vez de inundado em água, entendi adaptar o bem conhecido provérbio, por causa do frio e da neve que grassa pela América do Sul. Humberto Orcy da Silva tem feito um trabalho notável no seu blog, de divulgação do frio que grassa pelo continente sul-americano. As imagens recolhidas no MetSul, bem como os registos, são também impressionantes! O que mais me surpreendeu foi a notícia da Copa América! Não admira que não haja notícias aqui na Europa, se até os craques estão congelados...

Mas a notícia do dia na Europa é a derrota, sem apelo nem agravo (347-258) de uma resolução no Parlamento Europeu, que visava subir a meta de redução de emissões de 20% em 2020, para 30% na mesma data. A batalha do contra foi liderada pela Polónia, e pelo comissário da Energia, Günther Oettinger. Ainda não sabemos como votaram os eurodeputados portugueses, mas tentaremos descobrir!

Como se isto não fosse pouco, a cereja no topo do bolo, é a de que os cientistas finalmente admitiram que efectivamente as temperaturas não sobem há uma boa dúzia de anos! Eles ainda nos querem fazer passar a todos por estúpidos, dizendo que o Aquecimento Global ainda cá está, mas a verdade é que andam todos à nora...

Actualização: Um leitor atento apontou-me na direcção dos resultados da votação. A análise foi para mim muito estranha, porque as melancias tinham votado contra! Até o próprio redactor do relatório, Bas Eickhout. Mais detalhes começam entretanto a aparecer... Parece que a gota de água foi a aprovação de uma emenda que retirava a referência aos 30%.
Actualização II: A emenda que foi votada favoravelmente por 326 votos a favor, 317 contra e 17 abstenções, e que permitiu esta surpreendente decisão, foi votada favoravelmente pelos seguintes eurodeputados portugueses:
  • BASTOS, Regina (PSD)
  • CAPOULAS SANTOS, Luis Manuel (PS)
  • CARVALHO, Maria Da Graça (PSD)
  • COELHO, Carlos (PSD)
  • DAVID, Mário (PSD)
  • FEIO, Diogo (CDS-PP)
  • FERNANDES, José Manuel (PSD)
  • MELO, Nuno (CDS-PP)
  • PATRÃO NEVES, Maria do Céu (PSD)
  • RANGEL, Paulo (PSD)
  • TEIXEIRA, Nuno (PSD)

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Solar daninho

Uma imagem vale por mil palavras! Tal é o caso da imagem ao lado, divulgada aqui, e da qual tomei conhecimento via NoTricksZone, respeitante a um parque solar próximo de Markranstaedt, no centro da Alemanha. Não sei se dá vontade de rir ou chorar!

Para além de limpar a neve, e de os lavar, agora há mais uma tarefa para os donos de parques solares: a de cortar as ervas daninhas! Mas como a imagem atesta, não basta passar com um tractor pelo meio... É preciso também cortar por baixo! O que me leva a pensar nas vantagens sinérgicas de associar a produção de energia solar à da energia de biomassa... O que se seguirá? Trepadeiras pelas eólicas acima?

Actualização: Poucos minutos depois do meu post, P. Gosselin actualizava mais informação sobre este parque daninho.

domingo, 3 de julho de 2011

Ruído das eólicas

Um leitor interessado enviou-me um link para um Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, relativo a uma acção interposta por "R", e que foi tramitada pelo 2º Juízo do Tribunal Judicial de Torres Vedras, relativa a questões de ruído causadas por aero-geradores, e na qual, foram proferidas, entre outras, as seguintes decisões:

Nestes termos e decidindo, julgo parcialmente procedente, por parcialmente provado, o presente procedimento cautelar e, em consequência, determino que a requerida E LDA se abstenha da prática de quaisquer actos que violem os direitos do requerente, nomeadamente, ordenando a suspensão imediata do funcionamento do aerogerador n.º 2 (número dois), sito no Parque Eólico (…), concelho de Torres Vedras.

No recurso, ampliou-se mesmo a matéria de facto declarada indiciariamente provada:

1. O Requerente é proprietário de uma Quinta, com 17,8 hectares, composta por duas moradias de habitação, picadeiro e estábulos, sita em Torres Vedras, de ora em diante designada por “Quinta”.
2. O Requerente reside na referida Quinta, desde 1994, com a sua família mais directa, composta pela sua mulher e dois filhos menores, um com 12 anos de idade e uma com 9 anos de idade.
(...)
5. É na Quinta que o Requerente e o seu agregado familiar tomam as suas refeições, trabalham, estudam, repousam, dormem, passam as suas horas de ócio e recebem familiares e amigos.
(...)
7. O Requerente e a sua mulher optaram por residir no campo para se salvaguardarem da agitação e do stress da vida citadina.
(...)
11. A Requerida é proprietária do Parque Eólico, Torres Vedras.
(...)
13. A Quinta do Requerente é vizinha do Parque propriedade da Requerida, mais concretamente, é contígua ao aerogerador número 2 e vizinha dos aerogeradores números 1, 3 e 4 do referido parque eólico.
14. É o aerogerador nº. 2, dos dezasseis que compõem o parque eólico, que tem vindo a causar graves danos físicos e morais ao ora Requerente, desde a sua entrada em funcionamento, em meados de Novembro de 2006.
(...)
21. Desde meados de Novembro de 2006 que o Requerente e o seu agregado familiar perderam o direito ao repouso, ao sossego, à qualidade de vida, a um ambiente sadio e equilibrado, e, o primeiro e o seu filho R, à sua saúde, pelo facto de residirem e viverem, em permanência, na Quinta, sendo certo que, durante o 1º semestre de 2008, a cônjuge e os filhos do Requerente passaram a viver, durante vários dias da semana, na casa da sogra do mesmo.
22. A entrada em funcionamento dos aerogeradores nºs 1, 2, 3 e 4 da Requerida, mas o último apenas durante o período nocturno, veio alterar profundamente, e de forma muito negativa, a vida do Requerente e do seu agregado familiar.
(...)
25. O nível de ruído que existe na Quinta do Requerente, provocado pela rotação das hélices dos aerogeradores nºs 1, 2, 3 e 4 da Requerida, mas o último apenas durante o período nocturno, impossibilitam o Requerente e o seu agregado familiar de dormir, de descansar, de repousar, de trabalhar e, também, de se divertir na sua propriedade.
26. Esse ruído impossibilita-os de viver a vida que levavam na Quinta até à entrada em funcionamento dos aerogeradores nºs 1, 2, 3 e 4 da Requerida, mas o último apenas durante o período nocturno,.
27. Aliás, alturas há em que o ruído é tão intenso que não permite, ou dificulta muito, conversar, ouvir música e ver televisão.
(...)
29. Em termos comparativos, o ruído que se faz sentir na Quinta, tanto no interior como no exterior da casa, é semelhante ao ruído de um avião a sobrevoar a mesma....
30. O ruído é contínuo, provocando enorme ansiedade, e um desgaste físico e psíquico muito grande no requerente.
(...)
37. E desde meados de Novembro de 2006 que o Requerente e o seu agregado familiar deixaram de ter um sono tranquilo e ininterrupto, durante a noite, de pelo menos oito horas diárias.
38. Desde essa data que o Requerente e o seu filho R sofrem de insónias e, bem como os restantes membros do agregado familiar, têm enormes dificuldades em adormecer e em dormir, chegando a acordar várias vezes durante a noite.
39. Desde que os dos aerogeradores nºs 1, 2, 3 e 4 da Requerida, mas o último apenas durante o período nocturno, começaram a funcionar, o Requerente tem sofrido de insónias, dores de cabeça frequentes, falta de memória, apresentado queixas de maior irritabilidade e de intolerância progressiva ao ruído.
40. Aliás, o Requerente para dormir tem necessitado de medicamentos indutores do sono.
41. Até à entrada em funcionamento dos aerogeradores nºs 1, 2, 3 e 4 da Requerida, mas o último apenas durante o período nocturno, o Requerente nunca teve necessidade de tomar medicamentos para dormir.

A isto, a Requerida respondeu com:

Invoca – e nessa parte bem – a Requerida, a importância estratégica das energias renováveis e, em particular da energia eólica, não apenas para o País (relevância económica e política – maxime, a diminuição da nossa dependência energética face ao exterior, a protecção e desenvolvimento da indústria nacional, e o incentivo à capacidade criativa e inventiva dos portugueses) ou para todos os membros da Comunidade nacional, mas para a Humanidade inteira.
Essa alegação é verdadeira – de outro modo, nem o Tribunal se preocuparia em dar-lhe muita atenção, porque, ao mesmo tempo, o que também está em causa são os lucros e os compromissos comerciais da sociedade agravada e os direitos de personalidade das pessoas singulares prevalecem, sem margem para dúvidas, sobre os interesses empresariais (artºs 335º n.º 1 do CPC e 1º, 11º, 24º a 26º, 61º e 62º da Constituição da República – estes últimos apenas para deixar bem claras as preferências éticas do Legislador Constitucional).

Enfim. Perguntam os leitores qual foi a decisão do Tribunal da Relação (realces da minha responsabilidade)?

decreta-se que, para além da já ordenada suspensão total do funcionamento do aerogerador n.º 2 (número dois), instalado no Parque Eólico (…) de Torres Vedras, será também imediatamente suspenso o funcionamento dos aerogeradores nºs 1, 3 e 4 do mesmo parque eólico, mas estes apenas nos períodos “nocturno” e “do entardecer”, tal como os mesmos se encontram definidos no art.º 3º do “Regulamento Geral do Ruído” aprovado pelo DL n.º 9/2007, de 17 de Janeiro.

Não sei se tudo isto ficou apenas na Relação, ou não. Mas cheira-me que a saga deve ter continuado. Procurar dados adicionais até nem foi difícil. Se o parque tem 13 aerogeradores de 2MW, e se está na zona de Torres Vedras, então olhando para o excelente mapa de parques eólicos europeu, constatamos imediatamente que se trata do parque eólico Joguinho II. Ainda mapeei este parque eólico, mais o do Alta da Folgorosa, no Google Maps, mas a utilização das distâncias referidas no Acórdão não foram conclusivas... Se algum leitor tiver dados adicionais sobre estes factos, nomeadamente a comprovação de que um dos aerogeradores está efectivamente parado naquele parque, factos importantíssimos porventura para outros afectados, não deixem de mos fazer chegar...

sábado, 2 de julho de 2011

Enxada mal encabada

Hoje deparei-me com uma capa surreal na revista Única do Expresso. A nova Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território obviamente não estava talhada para isto, e isso percebe-se logo pela capa da revista, como se observa ao lado! Com luvas novas, uma enxada nova, ainda por cima mal encabada, e um vestido de festa, está-se mesmo a ver o que ela percebe do assunto. Aliás, ela nem o pode esconder:

Não percebo nada destas áreas, em profundidade.
(...)
Como toda a gente sabe, não percebo da matéria.

Que contraste, por exemplo, com um Nuno Crato, que chega e começa a decidir! Para um partido como o CDS, que tanto se bate publicamente pelas áreas abrangidas por este Ministério, ser apenas capaz de propor Assunção Cristas, e não ter alguém preparado, é uma fraude! Mais valia ter proposto o Daniel Campelo, que mesmo assim chega a Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural... Enfim, está-se mesmo a ver o que vai acontecer! Basta olhar para a primeira medida na área do Ambiente, do programa do Governo, para ver como a Ministra já está a ser enrolada pelos ambientalistas:

Combater as alterações climáticas e desenvolver uma economia de baixo carbono, apostando na mitigação através da redução das emissões nacionais e na participação nos mecanismos internacionais;

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Contas à la TGV

Os indignados nacionais, e para os lados de Madrid, não gostaram da suspensão do TGV Madrid-Lisboa, na componente portuguesa. Não interessa que o projecto sofra de autênticos atentados à inteligência, ou que tenha sido promovido de forma absolutamente idiota...

O que interessa é olhar para os exemplos concretos. E eles vem, quando menos se espera, da própria Espanha! Foi suspenso ontem o AVE (TGV) que fazia a ligação directa entre Toledo e Albacete/Cuenca. Razão? Em vez dos 2190 potenciais passageiros, viajavam em média, 9 passageiros entre Toledo e Albacete, e 7 entre Toledo e Cuenca...