sexta-feira, 30 de abril de 2010

Bons ventos de Espanha

O que para muitos parecia impossível, acabou de acontecer aqui ao lado em Espanha: uma machadada nas energias renováveis! Aos problemas dos Espanhóis já nos referimos várias vezes, incluindo recentemente na vertente solar, e ainda mais recentemente ao seu monstruoso défice tarifário.

Pois bem. No meio desta grave crise económica, o governo Espanhol, entre outras coisas, resolveu equacionar definitivamente a palhaçada dos apoios efectuados às energias renováveis. O Ministério da Indústria, de Miguel Sebastián, mandou elaborar estudos detalhados para confirmar a insustentabilidade do modelo actual. Um deles, referenciado neste link, enumera muitas verdades inconvenientes:
  • Espanha deixou de ter um custo de electricidade inferior à media europeia, para ter um valor superior;
  • Entre 1998 e 2009, as tarifas para os lares registou um aumento de 36.8%, enquanto para a Indústria, a subida foi de 77.1%
  • Para além dos custos directos envolvendo as renováveis, há os custos indirectos, nomeadamente de 10% adicionais no custo das redes de transporte.
  • Em 2009, as subvenções às renováveis foram equivalentes ao total dos valores públicos gastos em Investigação e Desenvolvimento!
  • Se nada for feito, nos próximos 25 anos, o total de custos com as renováveis ascenderá a 126 mil milhões de euros!

O documento é uma autêntica bofetada de luva branca. E reparem que parte do Governo, o que é extraordinário. Os ventos de mudança estão a levantar-se! As opiniões, algumas até anteriores a este documentos, são já mais que muitas, mas muitas mais se somarão!

Quando chegarão a Portugal estes ventos de mudança?

Carrossel de CO2 na Alemanha

As falcatruas envolvendo o comércio de emissões têm-se revelado cada vez mais comuns, Já aqui relatamos as experiências criminosas na Dinamarca, Hungria e Espanha. Agora chegou a vez da Alemanha!

Em meados desta semana, cerca de 50 empresas alemãs foram invadidas por investigadores da polícia, com suspeitas de evasão de impostos em cerca de 180 milhões de euros! As buscas foram efectuadas por mais de 1000 investigadores, em mais de 230 locais em toda a Alemanha, incluindo gigantes como o Deutsche Bank, mas também as casas de vários indivíduos. Cerca de 150 pessoas são suspeitas de evasão de impostos, no conhecido esquema de carrossel do IVA, envolvendo a negociação de permissões de emissões de gases de efeito de estufa.

As estimativas da Europol indicam que 27% do mercado foi fraudulento nos 18 meses que terminaram em 2009, ou o equivalente a 1.9 bilião de toneladas. Tais dados são baseados numa taxa de IVA de 17%, um preço de 15.80 euros por tonelada de CO2, e 7 biliões de toneladas negociadas nesse período.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Quanto custam as eólicas?

Na sequência do post de ontem sobre o impacto das eólicas, Henrique Pereira dos Santos, no blog ambio, deu-me uma ideia interessante: quanto custaria deixar de ter as eólicas todas? Ora aqui está uma pergunta interessante, com uma resposta não muito difícil. Todos os dados são relativos ao primeiro trimestre de 2010, e têm como base os dados obtidos a partir da REN e do OMEL.

Primeiro, ao abolir a produção de eólicas, deixava-se de ter que pagar aos produtores eólicos. Segundo o valor médio do ano de 2009, 93.74 €/MWh, e tendo em conta a geração de 2872.2476 GWh, foram pagos aos produtores eólicos um pouco mais de 269 milhões de euros!

Segundo, a energia adicional necessária ao consumo teria que ser adquirida. Para os efeitos do presente cálculo, vou utilizar os preços do OMEL. O valor a adquirir por hora seguiu o seguinte algoritmo: se a produção eólica foi inferior à energia exportada, então não seria necessário importar energia adicional; nos restantes casos, teria que ser comprada o diferencial entre o total de energia eólica produzida e a o total de energia exportada, ao preço praticado no OMEL. Fazendo as contas, seria necessário efectuar compras de energia num valor ligeiramente superior a 52 milhões de euros.

Resumindo, se não existissem eólicas, o país teria poupado no primeiro trimestre de 2010 a módica quantia de 216667527.70 €. É claro que a brutalidade deste número tentará ser diminuída, não pela verdade dos números, mas pelos factos colaterais. Pela via das percas da economia verde, uma miragem em Portugal, especialmente depois desta semana a EDPR ter encomendado um conjunto recorde de turbinas, não ao consórcio nacional, mas à Vestas. Outros factores até seriam benéficos, como seja a optimização dos sistemas de turbinagem/bombagem, que seriam melhor geríveis na ausência das eólicas...

terça-feira, 27 de abril de 2010

50 milhões de euros

O debate sobre a exportação de energia a custos baixos, ou mesmo nulos, para o estrangeiro, é antiga aqui no Ecotretas. No início do ano verificamos como estavamos a trabalhar para aquecer, tendo depois verificado que a má gestão era a característica dominante da importação/exportação de energia. Há pouco mais de duas semanas, na sequência do Manifesto por uma nova política energética em Portugal, voltamos à carga para evidenciar a validade das afirmações inscritas no Manifesto.

Entretanto, os defensores das energias renováveis, sentiram o toque. Como o que se verificou no blog Ambio, nos últimos dias, e que se tem intensificado. Ainda hoje, Henrique Pereira dos Santos teve um ataque saudosista, com insinuações de aldrabice à mistura, talvez motivado pelo comentário que fiz no post anterior, relativo aos dois terços do Alqueva que foram por água abaixo. Eu sei que eles têm dificuldades em fazer contas, por isso aqui vão mais umas verdades inconvenientes.

Neste primeiro artigo vamos calcular quanto dinheiro foi deitado fora na exportação de energia eléctrica. Todos os dados aqui utilizados foram retirados dos sites da OMEL e da REN. O dinheiro mais mal gasto é quando se está a exportar energia para Espanha, e se está a pagar dinheiro aos produtores fotovoltaicos. Acreditamos que este cenário não terá um impacto significativo, mas a ele voltaremos. No caso da eólica, o cenário é diferente, e será o analisado aqui

A energia eólica produzida em Portugal, como sabemos, tem tarifas feed-in. Ou seja, tudo o que eles produzirem tem que ser comprado pela EDP. Aliás, um dos argumentos bacocos dos ambientalistas é que a energia eólica não é exportada no contexto da OMEL. Pois claro! A EDP tem que comercializar aos Portugueses a energia mais cara, e vende a mais barata, que é a restante, aos estrangeiros.

Em 2009, a tarifa média para as eólicas foi de 93.74 €/MWh. Quase sempre a tarifa praticada foi inferior à das eólicas, e em apenas 6.895% dos períodos horários do primeiro trimestre se verificou uma produção eólica efectivamente inferior à exportada. Por isso, para cada período horário escolheu-se o menor dos valores, ou a energia eólica produzida nessa hora, ou a energia efectivamente exportada. Em qualquer um dos casos, seria sempre preferível não pagar aos produtores eólicos, do que pagar-lhes e receber uma quantidade inferior de dinheiro dos estrangeiros. Multiplando cada um desses valores de energia exportados, pelo diferencial entre o preço pago às eólicas e o preço de energia praticada no âmbito do OMEL, verificamos que se perdeu no primeiro trimestre a módica quantia de 50893224.12 €!

Estas contas continuarão a ser complementadas. Para que os Portugueses percebam a factura que estão a pagar... Para este peditório do primeiro trimestre, cada Português já entrou com 5 euros!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Falta de oportunidade do "Minuto Verde"









O "Minuto Verde" da Quercus, que passa todas as manhãs na RTP1, é quase sempre patético! Mas hoje a patetice foi extraordinária! Francisco Ferreira, voltou hoje a demonizar os veículos que todos os dias temos que levar para os centros das cidades. E a tentar impingir-nos as virtudes dos transportes públicos.

O que é extraordinário num dia em que a CP esteve em greve, e em que amanhã se prepara uma mega-greve em todas as empresas de transportes.

Fica-lhes bem, parecerem estúpidos! O que vale é que já ninguém deve levar o "Minuto Verde" a sério, mas ele continua lá. Quanto será que pagam os contribuintes por estas baboseiras?

sábado, 24 de abril de 2010

Dois terços do Alqueva pelo Guadiana abaixo

Henrique Pereira dos Santos (HPS), escreveu ontem no blog ambio, as tretas que o Ecotretas têm revelado. A história é longa, mas tivera um antecedente directo na quinta-feira, noutro post do HPS sobre o Manifesto, e do qual transcrevo uma passagem importante:

Esta falácia tem vindo a ser repetida vezes sem conta sem que nem por uma única vez alguém diga qual a percentagem de energia vendida a preço zero, nem quanta energia potencial se perdeu com a abertura das comportas de Alqueva (que é determinada pela quantidade de chuva e não pela bombagem entretanto feita, pelo menos em quantidade significativa)

O Ecotretas nunca se acobarda perante insinuações de diminuição da importância dos argumentos aqui apresentados. Também não me esquivo a correcções, que felizmente têm sido muito poucas. Neste primeiro de dois posts relacionados, tratarei a questão da energia potencial perdida no Alqueva. A segunda, relativa ao import/export, pela sua complexidade ficará para mais tarde...

Segundo os dados da REN, durante o primeiro trimestre de 2010 foram gastos em bombagem no Alqueva, 33.995 GWh. No mesmo período, foram efectuadas descargas de 2769.83 hm3. Estes valores são um grande avanço sobre os dados que havia aqui relatado a 27 de Fevereiro. Para que o HPS tenha uma noção destes números, as descargas representam dois terços (2769.83/4150 => 66.743%) da capacidade de armazenamento total do Alqueva! E os 33.995 GWh gastos em bombagem dão para abastecer energia suficiente para 11300 famílias durante um ano completo, o equivalente a quase 4 meses e meio de produção da central solar da Amareleja!

Quanta energia potencial se perdeu dá uma conta ainda maior! É que enquanto esteve a bombar, o Alqueva não esteve a turbinar! Portanto, para além dos 34GWh perdidos em bombagem, o Alqueva podia ter estado verdadeiramente a produzir energia!!! Quanta energia se poderia ter produzido com 2769.83 hm3 é uma conta apenas um pouquinho mais complexa. Cada um dos dois grupos do Alqueva turbina 200m3/s, pelo que o valor dos 2769.83 hm3 daria para turbinar mais de 80 dias sem parar! Como o Alqueva consegue produzir mais de 5500MWh num único dia (ver dados de eg. 3 de Março de 2010), perderam-se 440.8 GWh pelo rio abaixo!!! Somando este valor ao do desperdício de bombagem, a energia potencial perdida é de cerca de 5 anos de produção da central solar da Amareleja... Mas o HPS pode argumentar que nem toda a energia potencial seria aproveitada, porque não há tantos dias num trimestre. Resumindo, o valor real mais concreto é de um desperdício de produção de cerca de 200 GWh (entre o máximo teórico para o trimestre e o efectivamente produzido no primeiro trimestre), a que se deve somar os tais 34 GWh desperdiçados na bombagem. Ora isso dá para quase dois dias de consumo de energia eléctrica em Portugal!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Eurekagate

Yesterday's post about Eureka has led to some comments, regarding how important this issue is. Anthony Watts has made some very good points explaining why this is important. I would like to further expand on this.

Maximum temperatures are very important, as mean temperatures result from the average between the maximum and minimum temperatures of a day. That can be seen for the July 2009 values, where the mean temperature for July 14th, was 14.1ºC. This results from adding the minimum temperature (7.3ºC) to the maximum temperature (20.9ºC), and dividing the result by 2, thus giving 14.1ºC. Now, as can be seen from the hourly temperatures of the day, 14.1ºC was only surpassed at 19:00, with 14.4ºC. Now, the mean monthly temperatures seem to be derived from the daily means, giving the 8.0ºC mean temperature for July 2009. This value is the same as given in GHCN data (note: very large file!) and they confer with the National Climate Data and Information Archive, with only a minor difference in April, in all of 2009. Please notice the data in the GISS file:

4037191700062009 -340 -386 -386 -273 -98 40 80 56 -56 -234 -233 -296

Now, readers following this might wonder how much big the impact is when maximum temperatures have sky-rocketed, as we have shown yesterday. More in a little moment. First I had to be sure about how the mean temperatures were calculated. Reverse engineering the values for 2009, I found that the monthly mean is the mean of the daily means. This can be seen by calculating other months mean values, namely March 2009 and November 2009. This has an interesting impact, as the value rounding observed in each day's value, is incorporated in the monthly value. Please see the following table for the details on the July average:

DayMaxMinNCDIA
mean
Math
mean
July 110-0.154.95
July 27.82.154.95
July 37.61.94.84.75
July 49.34.46.96.85
July 56.22.64.44.4
July 69.52.96.26.2
July 78.62.75.75.65
July 810.12.56.36.3
July 910.43.97.27.15
July 1011.53.47.57.45
July 119.32.96.16.1
July 129.32.86.16.05
July 1319.82.811.311.3
July 1420.97.314.114.1
July 1515.74.510.110.1
July 1612.63.78.28.15
July 1714.438.78.7
July 1814.86.610.710.7
July 1913.46.710.110.05
July 2016.43.710.110.05
July 21152.68.88.8
July 2217.19.113.113.1
July 2313.86.810.310.3
July 24123.17.67.55
July 2514.47.310.910.85
July 2613.46.39.99.85
July 279.54.16.86.8
July 287.22.14.74.65
July 299.41.25.35.3
July 3013.14.48.88.75
July 3110.34.77.57.5
8.0067.981

Please notice that the math mean will always be lower than the NCDIA mean. How much depends on the specific values, but one would expect it to be 0.025ºC (15x0.05/30) on a 30 day month. This is in range with the difference observed for July 2009.

Now finally we can measure the impact of the strange temperatures in July 2009. If we admit that the July 13th maximum value of 19.6ºC is an absurd, we can use the second lowest value of that day, which is 13.7ºC. Some of you might argue that it is still a high value, as can be seen in the daily graph, but for simplicity, let's use it. And we'll use 14.4ºC as the maximum temperature for July 14, as this is the highest value for that day.

DayMaxMinNCDIA
mean
Math
mean
delta for
13 and 14
July 110-0.154.954.95
July 27.82.154.954.95
July 37.61.94.84.754.75
July 49.34.46.96.856.85
July 56.22.64.44.44.4
July 69.52.96.26.26.2
July 78.62.75.75.655.65
July 810.12.56.36.36.3
July 910.43.97.27.157.15
July 1011.53.47.57.457.45
July 119.32.96.16.16.1
July 129.32.86.16.056.05
July 1319.82.811.311.38.25
July 1420.97.314.114.110.85
July 1515.74.510.110.110.1
July 1612.63.78.28.158.15
July 1714.438.78.78.7
July 1814.86.610.710.710.7
July 1913.46.710.110.0510.05
July 2016.43.710.110.0510.05
July 21152.68.88.88.8
July 2217.19.113.113.113.1
July 2313.86.810.310.310.3
July 24123.17.67.557.55
July 2514.47.310.910.8510.85
July 2613.46.39.99.859.85
July 279.54.16.86.86.8
July 287.22.14.74.654.65
July 299.41.25.35.35.3
July 3013.14.48.88.758.75
July 3110.34.77.57.57.5
8.0067.9817.777

The value has come down from 8.0ºC to 7.8ºC. But one might argue that this max/min temperature simple calculations are really too simplistic. I moved on, gathering the hourly values for July 2009, in CSV format, and doing the necessary calculations. Another column emerges, and as can be seen below, another reality appears: mean monthly temperatures for July 2009 are at 7.6ºC!

DayMaxMinNCDIA
mean
Math
mean
delta for
13 and 14
hourly
mean
July 110-0.154.954.953.895
July 27.82.154.954.954.305
July 37.61.94.84.754.753.691
July 49.34.46.96.856.856.564
July 56.22.64.44.44.44.255
July 69.52.96.26.26.25.659
July 78.62.75.75.655.654.773
July 810.12.56.36.36.34.636
July 910.43.97.27.157.157.241
July 1011.53.47.57.457.457.564
July 119.32.96.16.16.15.027
July 129.32.86.16.056.055.573
July 1319.82.811.311.38.258.527
July 1420.97.314.114.110.8511.464
July 1515.74.510.110.110.19.65
July 1612.63.78.28.158.159.927
July 1714.438.78.78.77.95
July 1814.86.610.710.710.711.164
July 1913.46.710.110.0510.0510.823
July 2016.43.710.110.0510.0512.845
July 21152.68.88.88.87.809
July 2217.19.113.113.113.113.973
July 2313.86.810.310.310.310.15
July 24123.17.67.557.557.995
July 2514.47.310.910.8510.8510.809
July 2613.46.39.99.859.859.286
July 279.54.16.86.86.87.118
July 287.22.14.74.654.653.991
July 299.41.25.35.35.34.686
July 3013.14.48.88.758.757.614
July 3110.34.77.57.57.56.482
8.0067.9817.7777.595

For some strange reason, data for this station doesn't include the first two hours of the day. Seems like temperatures should be colder in that period, despite the fact that there is always a sun up there in July. Couldn't help testing this one too. So, with no surprise, temperatures went down again:

DayMaxMinNCDIA
mean
Math
mean
delta for
13 and 14
hourly
mean
24 hour
mean
July 110-0.154.954.953.8953.804
July 27.82.154.954.954.3054.217
July 37.61.94.84.754.753.6913.633
July 49.34.46.96.856.856.5646.471
July 56.22.64.44.44.44.2554.346
July 69.52.96.26.26.25.6595.492
July 78.62.75.75.655.654.7734.742
July 810.12.56.36.36.34.6364.504
July 910.43.97.27.157.157.2417.108
July 1011.53.47.57.457.457.5647.592
July 119.32.96.16.16.15.0274.954
July 129.32.86.16.056.055.5735.717
July 1319.82.811.311.38.258.5278.208
July 1420.97.314.114.110.8511.46411.004
July 1515.74.510.110.110.19.659.717
July 1612.63.78.28.158.159.92710.138
July 1714.438.78.78.77.957.713
July 1814.86.610.710.710.711.16410.921
July 1913.46.710.110.0510.0510.82310.742
July 2016.43.710.110.0510.0512.84512.638
July 21152.68.88.88.87.8097.846
July 2217.19.113.113.113.113.97313.95
July 2313.86.810.310.310.310.1510.246
July 24123.17.67.557.557.9958.083
July 2514.47.310.910.8510.8510.80910.729
July 2613.46.39.99.859.859.2869.608
July 279.54.16.86.86.87.1187.104
July 287.22.14.74.654.653.9914.1
July 299.41.25.35.35.34.6864.563
July 3013.14.48.88.758.757.6147.429
July 3110.34.77.57.57.56.4826.421
8.0067.9817.7777.5957.540

So, instead of 8.0ºC, we are down to 7.5ºC! Well, I'll stop for now. Before it gets too cold!

Note: The photo at the beginning of the post was given by Tim Clark, in the Watts Up With That post, and is available here.
Note2: Reference to GISS was replaced with the correct reference to GHCN, above.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Eureka

Eureka, in Nunavut Canada, is a very special meteorological station. As can be seen in the first image above, it is responsible for the very big stripe on the very top of Canada. As can be seen on the second image, the data from only one station is responsible for a very big percentage of global temperatures... Both graphs can be obtained here.

So, one would imagine that data for this station is quality proof. But that was not the idea I got when I found out about Arctic heat. We found two sources for temperature data: at Weather Underground and at the National Climate Data and Information Archive.

The first interesting data about this station is it's record high temperature, which according to Wikipedia was reached on July 14, 2009, with 20ºC. On Weather Underground, the page for that day does say that 20ºC was the maximum temperature. But when you check the METAR data, the maximum temperature was 14ºC. Checking the Environment Canada page, the maximum for the date was 14.4ºC. Things were different on the day before, July 13th. Maximum temperature for Weather Underground was also 20ºC, while at Environment Canada was 19.6ºC. But if you check the graphs below, some special heat occurred at 10PM, when temperatures soared some 15ºC!

As Anthony Watts pointed out at Watts Up With That, the Eureka station registered the biggest rise in temperature probably seen on the Earth's surface: 86ºC in one hour, on March 3, 2007! Now this data is available on Weather Underground, but seems not to exist in Environment Canada. The graph differences are clear below:


But that seems not to be the case in other examples. Take January 1st, 2007, for instance. Both Weather Underground and Environment Canada agree: there was a mighty spike at noon. Seems like the "M" problem affects both:

There are times where differences are not so big, but the "M" problem is still there. Check the images from Weather Underground and Environment Canada for September 26, 2006:

Other times, changes are so significant, that something must be wrong. Check out the temperature rise on June 20, 2005. On the left, the weekly graph from Weather Underground shows a great surge in temperatures, confirmed by the Environment Canada graph for the day.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

O tretas Pachauri em Portugal

Depois da sua última presença em Portugal, Rajendra Pachauri regressa a Portugal. Ele vai participar numa conferência na Gulbenkian, no próximo dia 27 de Abril, terça-feira, pelas 18 horas. Ao contrário do ano passado, a entrada é livre, e será transmitida na Internet aqui.

Os leitores deste blog já conhecem as tropelias que este senhor, e o gang do IPCC, cometem. Elas estão agregadas neste link. De seguida resumiremos a vertente específica da natureza da investigação no seio do IPCC, e como ela tem vindo a ser moldada ao longo dos tempos. Todas as citações abaixo estão linkadas à sua fonte original, com realces da nossa responsabilidade:

2007/02/02 Link:
The report and the scientists who wrote it called the document conservative. It used only peer reviewed published science and was edited by representatives of 113 governments that also had to agree to every word, including those opposed to measures like the Koyoto Protocol to limit greenhouse gas emissions.

2007/06/05 Link:
The IPCC doesn't do any research itself. We only develop our assessments on the basis of peer-reviewed literature. So this is really hundreds and thousands of years of research efforts that go into the distinct material that comes into the report.

2007/11/19 Link:
This is the key document on climate change, and from now on you can forget any others you may have read or seen or heard about. This is the one that matters. It is the tightly distilled, peer-reviewed research of several thousand scientists, fully endorsed, without qualification, by all the world's major governments. Its official name is a mouthful: the Policymakers' Summary of the Synthesis Report of the United Nations Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) Fourth Assessment.

2008/06/05 Link:
"The process is so robust - almost to a fault - that I'm not sure there is too much scope for error. Where there are gaps we are very candid in admitting we don't know enough about this subject," he said.

"Given that it is all on the basis of peer-reviewed literature. I'm not sure there is any better process that anyone could have followed.

2009/11/10 Link:
When asked if the discussion paper could be taken into consideration in the on-going round of scientific review by IPCC, he said, "IPCC studies only peer-review science. Let someone publish the data in a decent credible publication. I am sure IPCC would then accept it, otherwise we can just throw it into the dustbin."

2009/12/07 Link:
IPCC relies entirely on peer reviewed literature in carrying out its assessment and follows a process that renders it unlikely that any peer reviewed piece of literature, however contrary to the views of any individual author, would be left out. The entire report writing process of the IPCC is subjected to extensive and repeated review by experts as well as governments.

Durante anos andou a vender esta religião. Perante as recente contradições, nomeadamente dos Himalaias, o Pachauri teve que ensaiar uma fuga para a frente. Como o referimos aqui, agora já vale quase tudo:

Let me emphasise that the others are not errors and it is perfectly valid to use non-peer reviewed literature provided we look at the source of information that is contained in that non peer-reviewed literature and make sure that it's authentic.

You must realise that there are some parts of the world where you really don't have published research material. And therefore it's been the practice of the IPCC to use non peer-reviewed literature. With, of course, a lot of caveats and careful authentication of the source of that information.

Mas a este tretas tem que ser feitas mais perguntas inconvenientes! Como a de explicar porque é que o IPCC tem 5600 referências não peer-reviewed? Talvez os jornalistas portugueses possam ser pioneiros, o que duvido...

terça-feira, 20 de abril de 2010

Chéché Soares

Já todos sabemos que o Mário Soares está completamente chéché. Já o havíamos aqui constatado, no primeiro dia deste ano, com as previsões de algumas desgraças naturais, função dos "excessos climáticos" [sic]. Agora, via Beijokense, damo-nos conta que o Soares actualizou a sua lista de desgraças... No artigo de opinião no DN, destacamos estes disparates:

A natureza e a humanidade desencadearam os seus respectivos demónios, que parecem estar, cada vez mais, à solta. A natureza, nos diferentes lugares da Terra, tem-nos trazido, sucessivamente, tsunamis, ciclones, maremotos, inundações, ventos ciclópicos, tremores de terra e, agora, erupções de vulcões, na distante Islândia, que paralisaram os aeroportos da Europa do Norte, e não só. Um espectáculo triste e nunca visto.

Começou bem. O homem admite mais à frente que é velho. Não diz é que não percebe nada de História! Senão, podia ir a uma qualquer enciclopédia (ele Internet não deve usar...) e investigar as desgraças de Krakatoa, o Tambora ou o Laki, só para citar os mais recentes! Estes últimos são vulcões, mas tremores de terra também os há para todos os gostos... Porque isto do nunca visto é tudo menos verdade!

São fenómenos naturais normais, dirão alguns, mais desatentos. Para aqueles que já vivem há mais de oito décadas, como eu, e nunca viveram nem tiveram conhecimento de nada semelhante, pela conjugação sucessiva de tantas catástrofes naturais, é prudente interrogarmo-nos: será que a mão inconsciente e desastrada do homem, que agride e maltrata o planeta e compromete os seus equilíbrios naturais, não terá nestes factos a sua dose de responsabilidade?

Ora, cá está! Ele é velho e ainda por cima senil. Que ele não tenha tido conhecimento de nada semelhante é mesmo demência, ou então estupidez! Mas qual será a teoria da conspiração de que ele é adepto? A de que foram os Americanos que puseram uma bomba nuclear por baixo do Eyjafjallajokull?

Não sou cientista nem tenho conhecimentos bastantes para poder ser ouvido e responder. Limito-me a pôr a questão.

Este frase até é admirável! Está chéché, senil, e não percebe nada do assunto!!! Porque lhe pagam (ainda por cima) para escrever estas baboseiras???

A recente Cimeira de Copenhaga, que devia condenar o aquecimento global, foi um fracasso, como se sabe, em virtude do acordo suspeito estabelecido, à última hora, entre os Estados Unidos e a China, que, por coincidência ou talvez não, são os dois maiores poluidores mundiais. A verdade é que conseguiram paralisar, por uns meses, a Europa - à qual não atribuíram a menor importância - e várias delegações vindas de outros continentes...

É o que eu digo: teoria da conspiração no seu melhor! Querem ver que ele pensa que o presidente americano, ao regressar de Copenhaga, passou pela Islândia, e deixou lá tudo preparado?


Pior do que isso. Apareceram cientistas que contrariaram abertamente o pensamento da esmagadora maioria dos ecologistas, afirmando que o aquecimento global não é provocado pelo homem nem pelo abuso excessivo do emprego de combustíveis derivados do petróleo. É um facto natural, disseram e repetiram. Portanto, não há responsáveis. A ganância dos homens é capaz de prosseguir, em defesa dos seus interesses imediatos, sem sequer afectar as suas boas consciências, se as tiverem...

Esta linha de raciocínio é enviesada... O abuso excessivo do emprego de combustíveis derivados do petróleo talvez tenha resultado numa qualquer cavidade, que desencadeou a fúria da Mãe Natureza? Não tinha pensado nesta hipótese...

Acredito que, no próximo encontro internacional ecológico, a verdade científica seja reposta e as grandes potências sejam obrigadas a respeitar as regras que visam limitar radicalmente o aquecimento global.

Este senhor percebe muito bem como estas reuniões da ONU funcionam. São os políticos que vão repôr a verdade científica! Nesse encontro internacional ecológico (nunca se sabe em qual deles o Mário está a pensar), as grandes potências vão ser doutrinadas por quem? Pelo Chavez? Mas este, coitado, quer é vender mais petróleo...

Mas o mundo não está só perigoso por causa das catástrofes naturais que se sucedem, com indubitável maior frequência. O terrorismo global continua a fazer estragos, desde 2001. Vários países (excessivos, a meu ver) dispõem da bomba atómica. É preciso limitá-los.

Pois claro, a teoria da bomba tinha que voltar. O Mário Soares deve estar a pensar num tratado mundial que vise impôr a proibição da sua colocação debaixo de vulcões...


Realmente, não é só a economia que está desregulada e a política incerta e insegura, à espera de melhores dias - não sabemos quantos - para vencer a crise. É também a natureza, com tantas catástrofes sucessivas. É tempo de a cidadania global abrir os olhos e reagir.

É isso! A cidadania global procurará abolir o Aquecimento Global! No mundo de trevas que se seguirá, uma Nova Ordem Mundial reinará!

Infidelidade causa mais tremores de terra

Os ayatollahs conseguem frequentemente levar a religião de Alá, além dos limites pensados pelo profeta Maomé. O Ayatollah Kazem Sedighi tem uma linha de raciocínio muito clara: O uso de roupas ocidentais, em vez das tradicionais vestes islâmicas, juntamente com o uso de maquiagem, incentivam os pensamentos ruins nos jovens, equacionando a sua castidade, e o sexo extra-matrimonial na sociedade. Até aqui ele até tem razão! Mas depois Sedighi dá uma estocada final: em função disso, a ocorrência de tremores de terra é maior!

As religiões têm uma particular propensão em equacionar cenários terríveis. Tal como os alarmistas do Aquecimento Global. E no Irão, terra de Sedighi, os tremores de terra são habituais... Um tremor forte em Teerão teria provavelmente como consequência a morte de centenas de milares de pessoas! Para evitá-los é pois necessário seguir as regras do Islão! Por isso, as mulheres têm que se cobrir, porque senão a Terra treme. Ai treme, treme! E o castigo não é a queda da sua casa: é uma multa e castigo...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Arctic heat

Following the fascinating story of the missing "M" minus sign on METAR data, by Anthony Watts, I spent yesterday afternoon digging some interesting Arctic weather data. It seems that wherever you dig, you find something interesting.

Take Alert Airport, in Nunavut, Canada, for instance. It's part of the Global Historical Climatology Network (GHCN). The temperatures for April 2, 2010, were clearly below -20ºC. But slightly after 6am, surprise! In comes a zero value, and temperature skyrockets, as can be seen in the graphic below, with a special SPECI message. After three hours, cold temperatures resume, but that day should have established a new maximum day temperature, with 0ºC.



Switching to Greenland, where ice is said to be melting, we find more interesting hot temperatures. Take Qaanaaq, and the first week of last February. As can be seen in the following graph, some good warming occurred between late February 3 and early morning next day. From the METAR data, in the table below, it doesn't seem to be a normal "M" missing problem. Even if it was an M2 or M3, it would still be strange...


METAR BGQQ 040050Z AUTO 05001KT //// NCD M11/M11 Q1007
METAR BGQQ 040150Z AUTO VRB02KT //// NCD M10/M10 Q1006
METAR BGQQ 040250Z AUTO 13025KT //// NCD 02/M05 Q1007
METAR BGQQ 040350Z AUTO 13026KT //// NCD 02/M05 Q1007
METAR BGQQ 040450Z AUTO 11027KT //// NCD 02/M06 Q1008
METAR BGQQ 040650Z AUTO 11017KT //// NCD 02/M09 Q1008
METAR BGQQ 040750Z AUTO 10017KT 080V140 //// NCD 03/M09 Q1008
METAR BGQQ 040850Z AUTO 11017KT //// NCD 03/M10 Q1009
METAR BGQQ 040950Z AUTO 11016KT //// NCD 03/M10 Q1010
METAR BGQQ 041050Z AUTO VRB04KT //// NCD M08/M09 Q1011
METAR BGQQ 041150Z 28002KT 9999 SKC M11/M11 Q1012

Going back to Nunavut, in Canada, we can look at Cape Hooper temperatures, for February 23, 2010. Now, this was a quite cold day, but something interesting happened slightly after lunch time. Temperatures soared by more than 10ºC, during only one hour. But wait a minute: the graph has two different temperatures for the same hour! How can that be? You have to take a look at the raw data to find out that the METAR and AAXX data don't agree! Looking at the other data at Weather Underground, it seems that it also got quite windy during that period. Might it be an Arctic tornado, or, who wonders, simply a plane taking off?


METAR CWUP 231500Z AUTO 03005KT M19/ A3015 RMK SLP260
METAR CWUP 231600Z AUTO 06007KT M19/ A3013 RMK SLP256
METAR CWUP 231700Z AUTO 08008KT M20/ A3012 RMK SLP252
AAXX 23184 71093 460// /2541 11073 39510 49999 52004 6///1
METAR CWUP 231800Z AUTO 14003KT M18/ A3012 RMK SLP252
METAR CWUP 231900Z AUTO 12005KT M17/ A3012 RMK SLP251

While METAR and AAXX seem to agree most of the time, there are many other situations where they disagree by much more than one degree. Don't really know why, but here is another example. From Longstaff Bluff, also in Nunavut, the following is an example of February 23, 2010.


AAXX 23154 71091 45/// /0921 11111 39946 40158 53009
METAR CWLX 231500Z AUTO ///// M11/ A2993 RMK SLP158
METAR CWLX 231600Z AUTO ///// M10/ A2993 RMK SLP155
METAR CWLX 231700Z AUTO ///// M09/ A2994 RMK SLP158
AAXX 23184 71091 460// ///// 11055 39857 40063 55003 6///1
METAR CWLX 231800Z AUTO ///// M08/ A2995 RMK SLP163
METAR CWLX 231900Z AUTO ///// M09/ A2999 RMK SLP176
METAR CWLX 232000Z AUTO ///// M10/ A3001 RMK SLP183
AAXX 23214 71091 45/// /1711 11113 39980 40192 51028
METAR CWLX 232100Z AUTO ///// M11/ A3004 RMK SLP192

Now, these are examples of nice places in the Arctic, where you can get a little warmth once in a while. But if you are interested in a nice dark place, all day long, but very warm, you should take a look at Phippsoya, in Norway. It's way up in Svalbard, and looks like a hidden treasure on Earth. Polar bears seem to like it, maybe because of Global Warming. March had a mean temperature of 18ºC, and a maximum of 33ºC!!! Almost as good as Portugal in the Summer!

domingo, 18 de abril de 2010

Mistério das temperaturas elevadas


METAR USNN 151800Z 23002MPS P6000 BKN066 OVC200 M22/M24 Q1009 NOSIG RMK QFE751 SC038
METAR USNN 151830Z 23002MPS 2900 -SHSN SCT020CB OVC066 22/M23 Q1009 NOSIG RMK QFE751 SC038
METAR USNN 151900Z 23002MPS 2100 -SHSN SCT019CB OVC066 21/M23 Q1009 NOSIG RMK QFE751 SC038
METAR USNN 152000Z 24001MPS 5000 -SHSN SCT022CB OVC066 21/M22 Q1009 NOSIG RMK QFE751 SC038
METAR USNN 152030Z 24002MPS 4300 -SHSN SCT020CB OVC066 21/M22 Q1009 NOSIG RMK QFE751 SC038
METAR USNN 152100Z 24002MPS 6000 -SHSN SCT018CB OVC066 20/M22 Q1009 NOSIG RMK QFE751 SC038
METAR USNN 152130Z 25002MPS P6000 SCT020CB OVC066 20/M22 Q1009 NOSIG RMK QFE751 SC038
METAR USNN 152200Z 28002MPS P6000 SCT022CB OVC066 20/M22 Q1009 NOSIG RMK QFE752 SC038
METAR USNN 152300Z 27003MPS P6000 -SHSN SCT016CB OVC066 M19/M21 Q1010 NOSIG RMK QFE752 SC038

O Aquecimento Global parece ser apenas uma questão da letra "M". Numa investigação que deve deixar os cientistas da treta corados, e com tanto potencial como o Climategate, Anthony Watts, do blog Watts Up With That, descobriu que realmente há uma influência humana, na subida de temperaturas observada. Na verdade, tudo parece limitar-se ao incorrecto processamento das temperaturas registadas nos aeroportos, as quais constituem uma percentagem substancial das temperaturas consideradas para efeito do registo mundial.

Conforme podem ver pelo exemplo acima, as temperaturas numa determinada estação Russa variaram radicalmente no passado dia 16 de Janeiro. Notem como a ausência da letra M, na tabela de temperaturas a meio, durante grande parte da madrugada, causou um aumento de temperaturas superior a 40ºC, no primeiro gráfico. Reparem no efeito do gráfico mensal, o terceiro acima.

Resumindo, quanto mais frio, mais Aquecimento Global teremos! Nada que já não tenhamos ouvido nas notícias... Que alguém perdoe os milhares dos cientistas climáticos da treta!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Falência tuga

A recente erupção do vulcão na Islândia, com todas as consequências que está a ter no tráfego aéreo, e que vai continuar a ter, levou-me a dar mais atenção a duas notícias envolvendo a política de transportes em Portugal: o novo aeroporto e o TGV. Os ecologistas da treta estão de mãos e pés atados, e não dão uma para a caixa. Sendo primariamente contra o progresso, é estranho não se fazerem ouvir...

Para o novo aeroporto, as ameaças de não construção já se fazem sentir. O problema é que o aeroporto actual seria mais que suficiente, com duas pequenas obras, conforme se pode ver aqui: um taxiway alternativo e uma limpeza de Figo Maduro, e já agora de parte do Prior Velho, da qual retirei a imagem acima.

Mesmo que isso fosse insuficiente, Alverca seria uma óptima alternativa, sobretudo para as lowcost: monta-se um barracão, como o fazem os espanhóis, e está um aeroporto prontinho para receber turistas! Ou porque acham que os turistas andam de low-cost? Será para admirar a sumptuosidade dos nossos aeroportos, dos seus magníficos lounges, ou do novo SPA? É claro que alguns vão dizer que Alverca não serve por estar no enfiamento da Portela, mas esse argumento é muito facilmente desmontado!

No TGV, a palhaçada é semelhante. Nas últimas notícias que li, sobre a aprovação do primeiro contrato do TGV, li com estupefacção, que para além das duas linhas do TGV, vai haver uma terceira linha, para mercadorias! A coisa, que anda bem escondida, ainda piora: a construção vai-se fazer em bitola ibérica, coisa com que os próprios espanhóis já estão a acabar! Para disfarçar a coisa ainda mais, prepara-se tudo para mudar para bitola europeia, com os custos obviamente acrescidos!!! E juntam-se aos comboios mais uns eixos telescópicos, com novo aumento de preço nestes... Dá para acreditar?

Regressando à duvida inicial. Esta corja de ambientalistas oportunistas está-se a alimentar. Todos sabemos que uma fera não constitui perigo quando se alimenta; assim são os ambientalistas. Assim que se acabarem os estudos e as avaliações destas mega-obras, os abutres regressarão esfomeados. Para se alimentarem com mais estudos e análises...

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O poder da Mãe Natureza


A erupção do vulcão Eyjafjallajokull na Islândia está a causar um impacto enorme no tráfego aéreo da Europa do Norte. O seu impacto no clima será obviamente grande, sendo que aqui recordo apenas um exemplo do passado, que nos deve dar que pensar.

Em 1783, a erupção do vulcão Laki, na Islândia, causou um dos maiores desastres na história recente. Na altura, cerca de 14Km3 de lava e gases venenosos foram emitidos para a atmosfera. Tal causou a morte de cerca de 50% do gado da Islândia, com 25% da população a morrer também! Na altura, a nuvem de cinzas cobriu grande parte da Europa, e até partes da Ásia e Norte de África. O Verão registou uma queda acentuada de temperaturas, e o Inverno que se seguiu foi um dos mais frios de que há registos históricos... Até a Revolução Francesa lhe é atribuída, depois da fome que grassou, em função da perca de colheitas e de gado.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

IPCC tem 5600 referências não peer-reviewed

Uma análise independente determinou que 21 dos 44 capítulos do relatório do IPCC de 2007, têm menos de 59% de referências peer-reviewed. Na verdade, apenas 8 dos capítulos tem mais de 90% das suas referências peer-reviewed. Tal análise foi conduzida por 40 cidadãos-auditores, que examinaram as cerca de 18500 referências do relatório, que é a Bíblia dos alarmistas. Deste total, 5600 são referências não peer-reviewed!

Tais conclusões não são todavia surpreendentes... Há pouco mais de um mês já nos havíamos aqui referido à presença da designada literatura cinzenta nestes relatórios.

Como consegue Rajendra Pachauri conviver com este cenário é que é mais extraordinário! Como havíamos aqui referido, primeiro ele afirmou que o IPCC não ía buscar as conclusões aos jornais, mas entretanto tem vindo a "flexibilizar" o discurso. Alertado para a sua próxima presença em Portugal, pelo leitor Manuel Brás, estamos a preparar um dossier sobre o senhor. Para que se perceba quem é exactamente o tretas-mor do IPCC!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Eólica ao fundo

A produção de energia eólica offshore tem muitos desafios técnicos. Se a energia eólica em terra já tem que ser subsidiada, imaginem como é quando se tem que construir no mar! O jornal The Sun revela que centenas de turbinas eólicas do Reino Unido têm um erro de desenho que causa o seu afundamento. Quer dizer, os alarmistas dirão que é o mar que está a subir...

O problema é o betão nas fundações, que sofre um processo de desgaste, causando uma descida de vários centímetros no fundo do mar. O problema acontece nas turbinas que tem um única fundação cilíndrica. A falha técnica, originalmente descoberta na Holanda, já foi confirmada em várias turbinas, mas muitas permanecem por analisar. Os especialistas dizem que a correcção pode atingir os 50 milhões de libras. Nada que os consumidores britânicos não venham concerteza a ter que pagar...

Niels Bergh-Hansen, da empresa dinamarquesa "Dong Energy", que detém 164 dessas turbinas, resume: "It's something no one could foresee and can give any engineer nightmares."

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Energia de lua cheia

Depois do post de ontem do défice tarifário espanhol, um leitor atento enviou-me um link para mais uma notícia paradigmática da economia verde no país vizinho. Segundo as notícias que estão a ser difundidas, foram produzidos durante a noite, 6000 MWh nos painéis fotovoltaicos de nuestros hermanos! Destes, 4500 MWh foram produzidos entre a meia-noite e as 7 da manhã, enquanto 1500 MWh foram produzidos entre as 19 e as 23 horas. Desconhece-se o que foi produzido entre as 23 e meia-noite...

Antes que o leitor pense que a estas horas ainda há Sol no pico do Verão, estes dados são relativos aos valores entre os meses de Novembro e Janeiro passados. Nesse período, a única contribuição terá sido talvez a do luar de Janeiro, mas sabe-se que o luar tem uma intensidade de luz que é cerca de 500000 vezes inferior à do Sol...

Assim sendo, não há outra explicação que não fraude! As notícias apontam para a geração de energia electrica a partir de grupos electrogéneos a gasóleo, mas também não é descabido ligar a produção à rede eléctrica e fazer tipo uma pescadinha de rabo na boca...

Actualização: Um leitor espanhol enviou-me uma cópia para a tabela de produção de energia, no artigo do El Mundo (clique para ampliar):

domingo, 11 de abril de 2010

Défice Tarifário espanhol

O défice tarifário é uma invenção de países, como Portugal e Espanha, que para suportarem os custos das energias renováveis, sem subirem de forma muito significativa os preços dos consumidores finais, varrem o problema para baixo do tapete... Ao nosso já nos referimos aqui no passado, uma e outra vez. Ao caso espanhol também já nos referimos vagamente.

O monstro espanhol é tão grande, que alguma coisa tinha que ser feita. Segundo contas do jornal especializado Expansión, até 2008 o valor é de 10000 milhões de euros, a que se somam 3500 milhões em 2009, 3000 milhões em 2010, 2000 milhões em 2011 e 1000 milhões em 2012. Ou seja, em pouco mais de dois anos haverá que atacar 20 mil milhões de euros deste bronca tarifária. Para os leitores portugueses terem uma ideia da enormidade desta número, corresponde a cerca de 12% do nosso PIB português, embora para os Espanhóis represente bastante menos, até porque o PIB deles é mais de 6 vezes superior ao nosso!

Mas a história não vai ser assim tão simples! Como outro artigo do Expansión refere, o Tesouro Público de Espanha vai tentar emitir esta dívida em condições de mercado. Vai tentar pressionar a Banca, passando o problema para as mãos deles. Será que eles vão aceitar isto a qualquer preço? Ou será que vão ser acrescentadas mais umas valentes comissões? Para mim, isto vai dar mal, até porque alguém vai ter que pagar! Espero que não tenhamos que ser nós, os portugueses...

Preço nulo na exportação de energia

Uma das críticas que se ouve ao teor do Manifesto recentemente divulgado, é relativa ao seu ponto 3, onde se refere que estamos a "exportar a preço nulo (!) a produção renovável em excesso". As críticas são várias, desde este ser um fenómeno muito pontual, até não serem só as renováveis as envolvidas nesta vergonha.

Já aqui tínhamos observado no início do ano tal fenómeno, com imagens retiradas do site da REN e OMEL a deixarem clara tal evidência. Mas para aqueles que pensam que isto são fenómenos isolados, não deixem de visitar os referidos sites, pesquisando várias datas. Abaixo dou um exemplo recente de apenas quatro dias. Podia encher aqui o blogue com centenas de imagens equivalentes, mas a amostra recente é mais do que suficiente.

Na primeira coluna observamos como em quatro dias consecutivos recentes, largos períódos tiveram um custo de energia nulo. Nos períodos em que esse custo é nulo, assiste-se a uma forte exportação de energia a partir de Portugal. Quando o custo sobe, Portugal tende a importar? E quando se exporta verifica-se que a produção de energia eólica é maior. E então quando o vento sopra ao fim de semana, como é o caso dos dois primeiros dias, relativos ao fim de semana da Páscoa, então o saque ao bolso dos consumidores/contribuintes é redobrado! Há dúvidas ainda sobre o que é dito no Manifesto?